Melhores filmes e séries que vi e álbuns que ouvi em 2019

Uma listinha despretensiosa que fala muito mais sobre mim, pessoa física, do que sobre meu gosto por filmes, séries e música

Melhores filmes e séries que vi e álbuns que ouvi em 2019

Não é que eu não vou escrever sobre o que de melhor eu vi e ouvi nessa última década porque tem esse lance todo de não existir ano zero e, pelo que ficou convencionado, ela só começar mesmo em 2021; eu não vou escrever sobre os filmes e séries que assisti e os álbuns que ouvi nos últimos 10 anos porque eu realmente não me lembro. 1990 pra mim foi vinte anos atrás, sabe?

Escrever sobre o que de melhor eu vi e ouvi em 2019, porém, fica mais fácil. Eu posso dar uma esticada e não falar só do que foi LANÇADO no último ano, só pro caso de eu querer muito falar, ou recomendar alguma coisa... Enfim.

Não que isso importe pra qualquer pessoa, mas fica aqui então essa lista dos melhores filmes e séries que vi e álbuns que ouvi nesse ano em que eu morri com a esperança de não morrer no que chegou.

Melhor filme

Vi muita coisa boa esse ano. Mas nenhum filme falou tanto comigo como Midsommar -- que, como se não bastasse, é um puta filme do verbo CINEMA. É uma história pesada e muito próxima dessa maldição conhecida como codependência, que fica ainda melhor na versão do diretor, com cerca de 25 minutos a mais que servem só pra contextualizar melhor algumas coisas.

É aquele tipo de filme que você precisa ter algum tipo de vivência sobre o que ele tá dizendo, pra que a mensagem possa parecer mais clara. Por aqui, foi um soco no estômago.

Menção honrosa

Copio e colo aqui o que escrevi no JUDAO.com.br sobre a OBRA PRIMA de Quentin Tarantino (que, é bom deixar muito claro, tá longe, mas MUITO longe de ser um dos meus diretores favoritos): "Era uma Vez ...em Hollywood é uma ode ao cinema, uma espécie de Quentin Tarantino no Tarantinoverse, com diversas fases e facetas de tudo o que ele já produziu, falou, pensou, viveu e VIU num mesmo filme". Um filme sobre cinema, pra quem gosta de filmes. E cinema.

O trabalho dessa mulher nesse filme, bicho. PUTAQUEPARIU.

Melhor série

Eu vi série pra caralho esse ano (ao menos pros meus padrões). Eu assisti a SETE temporadas de The Office e até pensei em colocá-la aqui, mas a sexta e a sétima temporada me impedem... Isso e o fato de que, da mesma maneira que Midsommar falou demais comigo no cinema, Euphoria bateu forte entre as coisas que vi na TV (e, sim, no celular). Senti frio, senti cansaço, angústia, perdi o sono. Essa série não é só uma série. É a minha vida.

Menção honrosa

Escrevi horrores sobre saúde mental em Modern Love, antologia que estreou no Amazon Prime Video, porque, olha só, essa é outra série que bate forte. Mas, como acabei assistindo a apenas três episódios (os disponíveis para a imprensa antes da estreia), deixo minha menção honrosa especificamente para o episódio Take Me as I Am, Whoever I Am, o da Anne Hathaway. Eu não tava preparado para aquilo...

Eu não tava preparado para Modern Love
Era só uma série, deveria ser só uma resenha. Acabou não sendo nenhum dos dois.

Melhor minissérie

Em algum dos episódios do podcast oficial de Watchmen, o Damon Lindelof disse que, de certa maneira, Watchmen (o gibi de Alan Moore) era uma sequência de Minutemen e era isso o que ela tava fazendo com Watchmen, a série, inclusive com a coisa de mostrar o passado em paralelo ao presente. Ele ainda diz uma coisa muito importante: "Watchmen, pra existir, precisa ser relevante".

É por isso que a HQ é tão boa, é por isso que a série é tão boa. É por isso também que a série deve ser só uma minissérie: é muito fácil perder a relevância. É muito fácil transformar a conversa em "quem é o Slenderman", "ela andou ou não na água". Não é a toa, também, que a grande conversa sobre filme de 2008 é o que o Veidt usa pra ~salvar o mundo, algo que não deveria importar AT ALL.

Então assim... POR FAVOR, HBO. Deixa a gente com isso. POR FAVOR!


Melhor álbum

Na música, deu o óbvio. Quem me conhece (ou pelo menos me conheceu em 2019) sabe... Não houve nada melhor que MATRIZ, o álbum da Pitty. O melhor que ouvi esse ano e, depois do show de lançamento, ainda conseguiu fazer com que a Pitty me fosse inspiração, aos 35 anos de idade. Inspiração como pessoa, mas principalmente como artista, como Pitty, como alguém se expressa pra enfrentar as trevas. Se expressa como consegue, como pode e que, com o passar do tempo, consegue atingir pessoas que jamais pensaram que isso aconteceria — e eu tenho a mais absoluta certeza de que isso começou com ela mesma.

E só prá não deixar de falar: Rito de Passá, de MC Tha, é outro álbum maravilhoso pra enfrentar muitas coisas, fumando um charuto e rebolando a raba.

Ócocu

Ei meu bem... Você que me conhece (ou pelo menos me conheceu em 2019) acha mesmo que eu deixaria Sinto Muito, da Duda Beat, de fora? Bem, eu deixaria porque o álbum foi lançado em 2018, apesar de eu só ter descoberto em 2019. Mas não há comparação. Nada mexeu mais comigo em TODA A CULTURA pop do que essa mulher -- inclusive pode ou não ter sido coincidência o fato de eu estar ouvindo Bédi Beat às 00h desse dia 01 de Janeiro de 2020.

Não é como se existisse uma barreira física impedindo a bad de passar de um ano pro outro, né? Mas pelo menos foi com Eduarda Bittencourt, então...