Melhores filmes e séries que vi, álbuns que ouvi e jogos que joguei em 2020
Ou "os filmes, séries, jogos e músicas que me ajudaram a passar por 2020, me ajudando a me (re)conhecer, entender ou só me divertir mesmo -- o que é muito importante também"
Apesar das minhas metas anuais de quantos filmes assistir por semana em média, eu faço isso muito mais pra que eu me comprometa a assistir a mais coisas do que pela quantidade em si, que pouco importa. Quer dizer, ela me ajuda a perceber como foi o meu ano, como eu estava me sentindo em um determinado período de tempo... Mas é coisa minha.
O que a pandemia e o fim do JUDAO.com.br me fizeram sentir e perceber, porém, é o quanto os melhores e mais legais filmes, jogos e músicas que vi, joguei e ouvi em 2020 também me ajudaram a perceber como foi o ano que eu passei, especialmente pelos motivos pelos quais eu gostei daquelas coisas. Em Janeiro do ano seguinte, vários desses motivos não significam mais tanto ou significam coisas completamente diferentes.
Vale também pros textos e comentários que publiquei no JUDAO.com.br, no site ou no meu Twitter. Minha psicóloga já tinha dito pra eu ler as coisas que eu escrevo pra me lembrar do que eu tava sentindo naquele momento, e foi chocante mesmo perceber como, por exemplo, tudo o que Fleabag me fez sentir vai de encontro ao que senti com o episódio especial de Euphoria.
Talvez eu deva, também, começar a reassistir à essas coisas que tanto falam comigo, pra ver o que elas falam agora ou em algum outro momento. Tipo Tubarão, que eu assisti esse ano e... que bizarro como um ataque de um tubarão branco assassino nos anos 70 se conecta tanto com uma pandemia no ano de 2020. :P
Enfim, minha lista tá aí embaixo. Dá pra ficar só com os títulos, caso seja isso o que te interesse; mas dá pra saber um pouco mais sobre mim, sobre meu ano, como eu estou, caso esse seja seu interesse. Tou aqui pra isso mesmo, afinal. :P
Jojo Rabbit
Melhor maneira de se começar o ano, alguém poderia dizer. Na época, escrevi que "eu nunca me senti tão bem depois de assistir a um filme. Eu nunca me senti tão em contato comigo mesmo de um jeito que não seja minimamente autodestrutivo, tão cheio de coisas boas" e, confesso, não faço a menor ideia do que isso significa hoje. Mas talvez eu devesse assistir novamente e, quem sabe, colocar junto de Chef e Paddington na minha lista rápida de feel good movies. "Esse filme é lindo. É bom. É fantástico. É cinema mostrando porque o cinema foi inventado"
I Lost my Body
Segundo filme da lista (que foi feita baseada na ordem eu que assisti às coisas, baseado no que cataloguei no meu Letterboxd, onde você pode encontrar tudo o que vi em 2020, caso se interesse) e eu tou percebendo um padrão. Não acredito que seja um padrão nas coisas que assisti, mas sim nas coisas que mais me marcaram -- e "me" marcaram eu quero dizer o Borbs de 01 de Janeiro de 2021, que foi quando eu voltei pros 63 filmes e sei lá quantas séries que assisti pra fazer essa lista.
Uncut Gems
Eu ainda não entendi como que ignoraram o Adam Sandler e o filme de maneira geral, mas "ai nossa o Coringa, o Joaquin Phoenix" no Oscar. De verdade. Deveria ser uma matemática bastante simples: filmes e atuações que são boas, a gente indica; o que for ruim, não. Aí foram lá e fizeram tudo exatamente ao contrário...
Sonic
Quando saiu o filme, questionei: "Faz qualquer sentido ele preferir uma carona de carro à sua velocidade? Não, nenhum. Mas se ignorar isso ou inventar alguma desculpa, poxa 💛". Bem... Eu não tinha ficado quase 10 meses dentro de casa. Eu nunca tinha me sentido tão sozinho na minha vida. Eu com certeza trocaria minha supervelocidade por uma carona com alguém, hoje. Sem nem pensar.
The Last Dance
Eu era bem torcedor dos Bulls, sonhava em jogar basquete... Eram tempos legais em que eu era apenas uma criança comia um pepino inteiro com sal enquanto desenhava o logo do time. Ver tudo de novo, depois de adulto, deu todo um novo significado pra essa história (e ainda me fez chorar choros).
All Elite Wrestling
Bati a cabeça no fundo do poço umas três vezes, em 2020. Poços mais ou menos diferentes, com profundidades e dores distintas... Mas três poços.
Depois do primeiro, fui lembrado do que de fato é uma amizade real, que não só indiretamente me ajudou a sair dos dois outros poços como ainda me apresentou (e ficou do meu lado) às essa nova empresa de LUTINHA, realmente divertida, com histórias realmente interessantes e um respiro criativo nesse tal de mainstream.
No fim do ano acabei deixando um pouco de lado, mas se você é dessas pessoas que gosta de "telecatch" mas não faz ideia de onde começar ou do que assistir... Vai atrás. Tem episódios grátis toda terça no YouTube.
Fleabag
Lápis com Borracha foi uma das últimas coisas que publiquei no finado JUDAO.com.br, uma das que mais tenho orgulho (e que gostaria que você lesse na íntegra, já que aqui vou trazer um trecho bem específico), depois de uma tentativa frustrada de assistir à série.
Na verdade, acho que eu mesmo tenho que ler esse texto. De novo. E quem sabe assistir à série mais uma vez. Eu tenho certeza que ela vai falar comigo ainda mais... Mas enfim. "Num dia eu tava assistindo a AEW pela primeira vez, no seguinte eu tava ali dando play em Fleabag novemente. (...) Como é que as pessoas conseguem se mostrar tão empolgadas e animadas com uma história tão pesada, complicada, triste? Como isso pode ser genial, maravilhoso, perfeito e sem defeitos? Como que se fala sobre essa série sorrindo?
"Fleabag é triste, Fleabag é desconcertante, Fleabag é pra nos fazer ficar quietos, sem reação. É pra nos fazer rir, mas de nervoso. Ok, as vezes a gente tem um alívio aqui ou ali. Mas a razão desse alívio é qual, especificamente?
"Fleabag é uma porrada. Forte, violenta, seca, crua. Não alivia pra quem bate, nem pra quem apanha. Sangue escorre do nariz, a mão dói. Ninguém está feliz com aquilo. E nem poderiam ficar."
Beastie Boys Story
No mesmo texto sobre Fleabag, encaixei um trecho sobre esse documentário que conta a história dos Beastie Boys -- uma história que eu, até então, desconhecia.
"Quando lançaram o álbum Hello Nasty, em 1998, que eles mesmos afirmam ter sido o melhor da carreira por uma série de razões, Ad-Rock foi questionado sobre a hipocrisia de terem dito tudo o que disseram na época de Licensed to Ill, o primeiro álbum, lançado quando eles tinham todos cerca de 20 anos, e agora ter uma música como Song for the Man, que questiona as atitudes machistas dos homens — inclusive os da própria banda. A resposta me pegou, provavelmente da mesma maneira que pegou Mike D, pelo que ele diz no filme: 'eu prefiro ser um hipócrita do que a mesma pessoa pra sempre'"
A música, pra quem nunca ouviu:
"Eu já fui chamado de hipócrita, que eu me lembre, duas vezes — ambas quando eu mostrei uma mudança radical de comportamento e/ou ideias, e isso me incomodou. Ou melhor: me machucou, bem fundo. Mesmo o JUDAO.com.br já teve essa coisa de hipocrisia em cima, com a mesma motivação que levou a questionarem as músicas dos Beastie Boys. Como alguém ousa pensar e agir de uma maneira num momento da vida e, num outro, pensar e agir de uma maneira totalmente diferente e, pra todos os efeitos, melhor?
"Eu já fui chamado de hipócrita, que eu me lembre, duas vezes — ambas quando eu mostrei uma mudança radical de comportamento e/ou ideias, e isso me incomodou. Ou melhor: me machucou, bem fundo. Mesmo o JUDAO.com.br já teve essa coisa de hipocrisia em cima, com a mesma motivação que levou a questionarem as músicas dos Beastie Boys. Como alguém ousa pensar e agir de uma maneira num momento da vida e, num outro, pensar e agir de uma maneira totalmente diferente e, pra todos os efeitos, melhor?
"Phoebe Waller-Bridge, através de Fleabag, mostra que somos todos defeituosos, em um ponto ou outro. Todos temos nossos problemas, todos cometemos erros, tem gente que nos ama mas não consegue gostar da gente... E tudo bem."
Ready or Not
Em algum momento eu resolvi que eu queria desenhar mais e me dei como missão fazer isso com algumas cenas de filmes que eu gostasse. Fique você sabendo que a última cena desse filme tá na lista que nunca foi pra frente, com duas exceções.
Paddington 2
Não lembro exatamente quando ou por qual motivo, razão ou circunstância, mas lembro que um dia eu dei play em Paddington, no Netflix, e me apaixonei. Veio a notícia da sequência, eu me empolguei... Mas não cheguei a assistir ao filme no cinema, sei lá eu por qual motivo.
Jon, amigo que fiz nessas coisas se junkets pelo mundo, me disse direto da Inglaterra, no fim de 2017, que se tratava de "um antídoto pro resto do mundo nesse momento. Essa é a mágica do cinema!". E eu não poderia definir melhor – nem o filme, nem o que é a magia do cinema.
Da 5 Bloods
Se podemos dizer que Era Uma Vez... em Hollywood é a obra prima de Quentin Tarantino e O Irlandês a de Martin Scorsese, justamente por eles usarem o cinema da maneira que bem entendem pra contar uma história, podemos dizer quase que o mesmo de Destacamento Blood e Spike Lee.
Quase porque o diretor e roteirista dobra o cinema e o faz seu, também, pra contar essa história. Mas essa não é sua obra prima. É mais um dos filmes. Mais um, de outros tantos que ainda virão. Porque esse cara não usa o cinema pra contar as histórias que ele quer, ele o faz pra contar as histórias que precisa. Ele e o mundo.
Que porrada que é esse filme, que soco no estômago é a atuação de Delroy Lindo -- uma das poucas coisas que me fez pegar o lápis e fazer arte em 2020.
The Grand Tour Presents: Seamen
Ok, então assim: há muito o que se problematizar em relação a The Grand Tour (mais ou menos formerly known as Top Gear), mas há muito também o que entender do que eles fazem e como eles fazem -- que vamos chamar aqui de sátira.
Desde que assinei Amazon Prime eu passei bons tempos com os episódios "normais" do programa e só em meados de 2020 que eu entendi que esse Seamen era um episódio especial da 4a temporada... E passei mais ótimos momentos com esses três usando barcos no sudeste asiático e sendo pessoas bem horríveis, sabendo disso e nos deixando bastante desconfortáveis. E rindo.
Eu odeio amar esses caras, mas amo odiá-los.
Palm Springs
Então.
Nesse filme, o Andy Samberg tá preso num timeloop. Ele vive o mesmo dia pra sempre. Se ele dormir, ele acorda hoje; se ele morrer, ele acorda hoje. Ele tem uma namorada, numa relação bosta, que é sempre a primeira pessoa que ele vê quando acorda. Vez ou outra rola uma trepada ou algo tão horrível quanto... Sempre igual.
Pra ele tá tudo bem. Ele não tem mesmo pra onde ir, então ele só aceita o que ele vive e tenta aproveitar alguma coisa -- tipo ir pra piscina de um vizinho, que ele descobre que foi viajar e não volta naquele dia.
O cara só PENSA em sair depois que a Cristin Milioti aparece e, numa das últimas coisas que ele diz no filme, assume que é codependente e que só vai tentar sair dessa bosta porque ela vai estar junto -- e sim, é ela quem vai fazer as coisas, porque, por ele, ele continuaria lá. Ele vive lá há milhões de anos, afinal, já tá acostumado -- ao contrário dela, que tenta sair desde o primeiro momento.
E... Eu sei exatamente como é esse dia eterno que ele vive -- o que, com uma quarentena, parece muito pior. Eu sei o que acontece, nenhuma surpresa no meu caminho quarto / banheiro / escritório / cozinha, às vezes sala. Tem dias que eu tou ok, parece tudo bem, tem dias que eu tou mal, ma bosta. Mas eu tou aqui. Todos os dias. Igual. Então, ao mesmo tempo que vejo a luz no fim do túnel, tenho medo de encará-la. Tenho medo de colocar uma bomba em mim e explodir quem eu sou.
Mas, fora isso, é um filme bonitinho e tem momentos engraçados. :P
Sweetheart
Título nacional desse filme, além de preguiçoso pra um caralho, tira todo o poder do original. É meio terror/suspense e tem 10mins, dos seus perfeitos 80 totais, que dão sentido a TUDO ali e vale a pena demais.
An American Pickle
Dos mesmos produtores de 50/50, já dá pra imaginar como esse filme cutuca um pouco mais no fundo. E como é uma delícia. É fantasia, mas é brutalmente realista também. Diz muito sobre o nosso mundo tem apenas 88mins de duração.
Bill & Ted face the Music
Aquele tipo de coisa que a gente faz quando junta uns amigos de longa data pra se divertir. E é por isso, e exatamente assim, nque funciona tão bem. 🥰
Não é nada NOSSA QUE FILMÃO, ou coisa parecida. Segue o mesmo DNA dos dois primeiros (em especial o Excellent Adventure, porque o Bogus Journey, olha...) e é isso. Divertido, leve... Ainda bem que lançaram em VOD. <3
Unpregnant
Eu queria colocar esse filme num potinho e ter sempre comigo, pra quando eu precisasse -- o que, nesses tempos, parece ser o tempo todo. Que filme 💛, gente. É o melhor do ano, dos que eu vi, pra mim.
Cobra Kai
Uma série que faz ótimo uso do seu DNA oitentista com a canastrisse dos primeiros anos de Malhação. Devidamente e muito bem atualizada para o mundo de hoje, quase que o tempo todo olha pra si e aponta o dedo no quão nociva pode ser a nostalgia, no quão ruim é masculinidade tóxica -- mas nunca, em momento algum, chega perto de ser chato. O tipo de entretenimento que eu precisava e não sabia.
If anything happens I love you
Curta que tá no Netflix e fala sobre um casal que tem de lidar com a perda da filha em um tiroteio na escola. É pesado, triste, mas muito bonito -- muito mesmo. É uma animação que, em menos de 20mins, fala muito mais profundamente sobre aceitação e perda que Soul...
Song Exploder
O episódio da Dua Lipa é legal, o do Nine Inch Nails me fez ter vontade de fazer entrevistas novamente. Mas o quão sensacional é saber mais sobre Losing my Religion, do REM, ainda mais depois de passar longas tardes da infância e pré adolescência assistindo ao clipe repetidas vezes na MTV, olha... 🥰
Star Trek: Discovery
"Ah, mas Star Trek..." Eu sei. Eu realmente sei, e sei muito bem. Passei vários anos afirmando que Star Trek é chato, boa parte deles dizendo que só ficou legal quando JJ Abrams assumiu a direção do filme que estreou em 2009.
Bem... Em minha defesa, Star Trek de fato é chato. A série original, pelo menos, tem um ritmo lento e extremamente datado -- é o tipo de coisa que ou você cresce gostando ou deixa pra lá. E, sim, JJ Abrams fez com que Star Trek se tornasse legal. Foi por conta do que ele fez lá na década passada que Justin Lin, responsável por uma das franquias mais divertidas da história do cinema, pode assumir um filme desses. Foi por conta do que ele fez que tivemos, de 2009 até agora, três novos filmes e três novas séries. Foi pelo que ele fez que a gente fica OURIÇADO com a ideia de Quentin Tarantino dirigir um filme dessa saga. É, óbvio, por conta do que ele fez em Star Trek que ele foi escolhido pra levar o Episódio VII de Star Wars aos cinemas.
A Disney, com um brinquedo novo nas mãos, acertou em cheio. Alguém que conseguiu recriar interesse em Star Trek, num mundo completamente diferente em que foi criado e existiu por tanto tempo, era uma escolha tão segura que parecia óbvia. Existe algo mais Disney do que apostar no que é certo, além de foder completamente a cultura pop dominando as principais propriedades?
Existe, claro: tirar toda e qualquer relevância política de uma saga que foi criada com base no que aconteceu na Alemanha nos anos 30 e 40 e tentar transformar tudo em lucros -- seja exigindo um número X de salas exibindo o filme, seja devolvendo a franquia às mãos agora muito mais expostas quanto presas do Abrams, seja quase fingindo que a personagem oriental e o personagem negro não existiram, seja se focando em aventura e aventura e só aventura.
Se for mainstream, tem de ser desse jeito. A não ser que seja uma série animada pra um canal de TV à cabo, livros ou gibis. Aí dá pra ir um pouco além.
Enquanto isso, a chamada Jornada nas Estrelas pegou o melhor do que JJ Abrams entregou, estudou direitinho e seguiu em frente, liderada pela USS Discovery. Star Trek continua sendo uma franquia de ficção científica e que, como tal, insiste em mostrar como o mundo real, esse mesmo em que vivemos, poderia ser melhor.
Rolaram algumas grandes cagadas durante as três temporadas de Star Trek: Discovery, sim, mas perceberam e tiveram a chance de corrigir, como no caso do Dr. Hugh Culber. Um latino, gay, que foi morto só porque sim, voltou do além e, nessa terceira temporada, deu a famosa volta por cima. Imagina a Disney dando o devido valor à Rose e ao Finn em algum outro momento?
Nem eu.
Star Trek: Discovery também usa as mais diversas espécies de alienígenas pra falar dos mais diversos povos da Terra e, nesse ano, trouxe personagens e atores trans e não-binários que, num arco tão lindo quanto emocionante, falou também de traumas, depressão e ansiedade.
E tem a Tilly, uma personagem que tem TANTOS significados pra mim... E tem o Doug Jones sem nenhuma maquiagem ou prótese! Sabe? :)
Euphoria
O episódio especial de "Natal" da série, lançado no fim do ano como um "olha, não rolou gravar a temporada nova por conta da COVID-19, mas isso aqui rolou" bateu tanto, mexeu tanto, que eu até escrevi sobre ele aqui -- um texto que saiu depois de uma mensagem gigantesca que mandei pra minha psicóloga, uns dias antes.
Muito resumidamente, o tal episódio é um enorme diálogo de quase 1h. É uma conversa, na véspera de Natal, entre a Rue (Zendaya, maravilhosa como sempre, merecedora de todos os Emmys do mundo) e Ali (Colman Domingo, maravilhoso, merecedor de todos os Emmys do mundo) sobre aguentar e como aguentar ou não aguentar.
Naquele mundo, não existe pandemia e há um vício em drogas -- eu não uso nada e tou em casa há mais de 9 meses... Mas a porrada foi grande. Especialmente porque, pelo menos nesse caso, podemos trocar "vício" por "depressão". São duas doenças, afinal. "A pior parte da doença do vício, além de ter a doença do vício, é que ninguém vê como uma doença". E é mais ou menos isso, mesmo.
Se você ainda não leu, tá aqui.
Música & Joguinhos
Em algum momento da minha história enquanto poeira estelar, alguém apontou pra mim e decidiu que eu sentiria muitas coisas através de imagens.
Deicidiu que eu veria minha vida como um filme, imaginando cenas e cenários; decidiu que eu gravaria muitas coisas que eu visse na minha cabeça e pra sempre me lembraria daquilo, mesmo que se tornasse doloroso.
Não é à toa que cinema e séries conversam tanto comigo, como essa lista aí em cima deixa claro. Mas 2020 foi um ano tão maluco que eu acabei me conectando com música e, olha só, QUEM DIRIA, videogames.
Eu talvez devesse falar de Legião Urbana aqui e como eu, agora velho, não só não consigo mais achar chato como entendo tudo mais e melhor. Mas deixemos isso pra um outro dia. ;)
Future Nostalgia
Apesar de ter assistido a todos os clipes lançados até agora, ouvir o segundo álbum da Dua Lipa o suficiente pra ele aparecer em quase todas as principais categorias da retrospec do meu Spotify fez com que meu ano passasse um pouco mais rápido , um pouco mais leve e tivesse alguns momentos realmente divertidos. E bem bonitos. ;D
GTA Online
Muito embora eu tenha começado a jogar FIFA 21 e, como veremos a seguir, Celeste, foi a versão online do eterno GTAV que me salvou em 2020. Ou melhor: foram os momentos em que eu joguei GTA Online que me salvaram – especialmente porque na enorme maioria deles eu não estava sozinho. Escrevi um pouco sobre isso aqui.
Celeste
Desde que o Silas escreveu isso aqui no finado JUDAO.com.br, eu decidi que uma hora iria jogar Celeste. "Uma hora" porque não parecia em nada com o tipo de jogo que eu gosto e enfim.
Aí recentemente entrou em promoção na PSN, eu comprei e... PUTAQUEPARIU que jogo mais 🥰. É exatamente o tipo de jogo que eu gosto e, me faz sentir coisas muito boas, que eu tava PRECISANDO e ainda é legal comigo. Já são mais de 1000 mortes até agora e com cada uma delas eu aprendi alguma coisa sobre aquela fase, até que consegui passar... E assim vai sendo.
É difícil pra um caralho, mas é um jogo que me faz querer aprender a passar daquela fase. Celeste me dá opções, me dá caminhos. É algo que eu nunca tinha visto e que bom que vi agora.